De diarista a passista da Imperatriz Leopoldinense, Ingrid Castro é a personificação da força e da beleza que nascem no coração do Complexo do Alemão. Uma verdadeira joia da favela, Ingrid alcançou uma marca histórica no mundo do carnaval carioca ao conquistar 5 milhões de visualizações em seu vídeo de apresentação no concurso Rainha do Carnaval do Rio, promovido pela prefeitura e Riotur. Porém, sua trajetória vai muito além dos números; ela carrega a alma da periferia e o poder transformador do samba, que ecoa não só nas ruas do Rio de Janeiro, mas em cada canto de sua comunidade.
Ingrid Castro / Foto: Reprodução Instagram
Criada no Morro da Baiana, no Complexo do Alemão, Ingrid sempre foi movida pela determinação de representar sua terra com orgulho. “Estou muito feliz em levar o nome do Complexo do Alemão para o mundo,” afirma, com a emoção estampada no rosto, lembrando de onde veio e de como a sua história é marcada pela luta diária, pela superação e pela garra. Antes de se tornar passista, Ingrid foi diarista, entregadora de lanches e, além disso, se dedicou ao projeto Voz da Comunidade, ajudando a distribuir cestas básicas para os moradores de sua favela, mostrando que seu compromisso vai além do palco — ele está na vida das pessoas ao seu redor.
Recentemente, Ingrid foi entrevistada pelo apresentador Uriel Elias, do canal Bafos do Uriel, onde compartilhou detalhes emocionantes de sua trajetória e recebeu elogios pela autenticidade e força com que inspira sua comunidade. A conversa destacou ainda mais o impacto de sua história, que transcende o samba e toca corações por todo o Brasil.
Ingrid Castro e Uriel Elias / Foto: Ronaldo Reis ( Rnove)
Além disso, Ingrid tem um motivo a mais para se orgulhar de sua jornada no samba: ela é a primeira princesa do Cacique de Ramos, um dos blocos mais tradicionais e icônicos do carnaval carioca. “O Cacique de Ramos é uma família para mim, e ser sua primeira princesa é uma honra que carrego com imenso orgulho. Representar essa história tão rica é um dos momentos mais marcantes da minha vida”, declara a passista, com emoção.
Mas foi no samba, com o ritmo pulsando em suas veias, que Ingrid encontrou seu verdadeiro espaço. Sua participação no concurso Rainha do Carnaval, mesmo não conquistando o título, foi uma grande vitória. A jovem ficou com o quarto lugar, mas, para ela, o simples fato de estar naquele palco, representando a Imperatriz Leopoldinense, sua escola do coração, já foi uma conquista imensurável. “Subir ao palco da Cidade do Samba foi a realização de um sonho. Levar o nome da minha escola naquele palco foi gratificante e me encheu de orgulho,” afirma, com brilho nos olhos, como se estivesse ali, diante de todo o seu povo, no momento mais importante de sua vida.
Ingrid Castro / Foto: Reprodução Instagram
Sua ligação com a Imperatriz Leopoldinense vai além de uma simples paixão pela escola. Ingrid é uma verdadeira filha da agremiação, uma passista que tem na Imperatriz uma extensão de sua própria história. E ela não hesita em destacar o apoio e a importância de Cátia Drumond, presidenta da escola, em sua trajetória. “Só tenho gratidão à presidenta Cátia Drumond, que é a maior rainha de Ramos e minha fonte de inspiração. Ela me apoiou desde o início e me mostrou que posso mais,” revela Ingrid, com uma reverência que transborda respeito.
Hoje, com apenas 25 anos, Ingrid Castro se tornou uma das mais promissoras estrelas do samba carioca. Mas ela nunca se esqueceu de onde veio. Sua energia, sua alegria, sua luta e sua garra são a expressão de uma favela que pulsa, de uma Imperatriz que orgulhosamente a acolheu, de um Cacique de Ramos que a enaltece e de um carnaval que tem nela uma de suas maiores representantes. Ingrid não é apenas uma passista, ela é a voz do Complexo do Alemão, o orgulho da Imperatriz e do Cacique, e a promessa mais iluminada do carnaval carioca.
Ingrid Castro / Foto: Reprodução Instagram
Ingrid é a rainha do povo, a musa da favela, e a mulher que carrega, com imenso orgulho, o nome do Complexo do Alemão, provando que a favela não é apenas um lugar de luta, mas de talento, brilho e história. O futuro do samba tem nome: Ingrid Castro, e o Rio de Janeiro nunca mais será o mesmo.