Com um sorriso que ilumina qualquer avenida e o samba no pé de quem sabe o que faz, Elisabete Borges, ou simplesmente Bete Simpatia, é prova viva de que o tempo só melhora quem tem paixão. Aos 50 anos, ela está mais ativa do que nunca no mundo do samba e vem quebrando um tabu de anos: o da idade como barreira.
Bete é passista da Unidos da Tijuca e do Botafogo Samba Clube, foi recentemente coroada Musa do Concurso Rainha do Samba no Pé, da Casa da Juventude, e acaba de ser anunciada como a nova Musa do GRES Alegria do Vilar para o Carnaval de 2026. Tudo isso sem desacelerar o passo — ou o rebolado.

Bete Simpatia – Fotos:MoniqueFreitas/hdfotografia/acervopessoal
Mas sua história com o samba vem de longe. Começou em 2003, desfilando pela Grande Rio e pela Ilha do Governador. Depois de um tempo afastada, voltou com tudo em 2017 e passou por escolas como Estácio de Sá, Acadêmicos do Sossego, Vigário Geral e novamente pela Grande Rio. Foi Rainha de Passistas da Alegria do Vilar, brilhou nas comissões de frente da Leão de Nova Iguaçu e da Independente de Nova Iguaçu, e ainda participou do Concurso da Corte do Carnaval do Rio em 2024.

Bete Simpatia – Fotos:MoniqueFreitas/hdfotografia/acervopessoal
Mas mais do que uma passista experiente, Bete é símbolo de resistência e representatividade. Ela levanta uma bandeira importante: a luta contra o etarismo nas escolas de samba, especialmente nas alas de passistas, onde muitas vezes o olhar se volta só para a juventude.
“Não existe idade pra brilhar. O samba é pra todo mundo, e as mulheres 40+, 50+ e além também têm lugar na avenida, com respeito e valorização”, diz Bete, com orgulho.
E ela mostra isso com atitude. Vai pra avenida de cabeça erguida, gingado firme e brilho no olhar, inspirando outras mulheres a não se limitarem por causa da idade. O que ela entrega vai muito além de coreografia — é vivência, história, garra.

Bete Simpatia – Fotos:MoniqueFreitas/hdfotografia/acervopessoal
No ritmo do tamborim e na batida do coração, Bete Simpatia samba contra o preconceito, mostra que ainda tem muito chão pra percorrer e que a avenida, assim como a vida, é lugar de todas as idades. Porque no samba, o tempo não pesa — ele só valoriza.